segunda-feira, 6 de junho de 2016

A Igreja de São Cristóvão de Rio Mau (parte II)

          Em termos arquitetónicos, destaque-se que «a pequena igreja de Rio Mau tem sido uma das mais debatidas obras românicas do nosso país, pela qualidade e importância das realizações escultóricas que congrega. Quer o complexo programa iconográfico dos capitéis da cabeceira, quer as representações dos tímpanos dos três portais são manifestações maiores da nossa arte do século XII e princípios de XIII e a sua análise tem conferido ao monumento um estatuto singular no panorama da arte românica em Portugal» [1].
         O pequeno templo «que em tempos comportava um mosteiro pertencente aos cónegos regrantes de Santo Agostinho, é marcado por expressiva sobriedade típica da arte românica. Apesar de se tratar de uma edificação regional, levantada em granito de segunda escolha, nem por isso deixa de revelar certa qualidade construtiva (...) a fachada principal, construída em silhares de granito, é dominada por um alçado ressaltado em relação ao resto do frontispício, onde se inscreve um pórtico de três arquivoltas ligeiramente elevadas, arredondadas e molduradas, no contorno externo, por friso de elegantes entrançados (...) as arquivoltas são sustentadas por seis colunas (três de cada lado) capitelizadas e preenchidas com ornatos de cariz vegetalista. No tímpano encontra-se incipiente baixo-relevo, tendo ao centro uma figura com mitra e báculo, abençoando no meio da representação de duas figuras atarracadas, ostentanto livros abertos. Um pássaro sob um sol e uma sereia, segurando uma lua, ladeiam este conjunto. Remata o alçado empena triangular coroada com cruz inscrita num círculo, semelhante à da Ordem dos Templários (...) nas fachadas laterais aparecem-nos duas outras portas, uma delas com o tímpano preenchido por dois dragões a lutar e uma moldura ressaltada suportada por dois modilhões» [2] como elementos mais característicos deste importante edifício do estilo românico que tem sofrido algumas transformações ao longo dos tempos como perceptível na imagem infra.
               



Igreja de São Cristóvão de Rio Mau 
(com torre sineira atualmente inexistente) [3]

[1] GIL, Júlio - As mais belas igrejas de Portugal, vol. I. [Em linha] [Consult. 21 de Maio 2016] Disponível em www: < URL: http://www.patrimoniocultural.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/70620/>
[2] REAL, Manuel Luís - A Igreja de São Cristóvão de Rio Mau. [Em linha] [Consult. 31 de Maio 2016] Disponível em www: < URL: http://www.patrimoniocultural.pt>
[3] IGREJA DE SÃO CRISTÓVÃO DE RIO MAU.[Em linha] [Consult. 04 Junho] Disponível em : www< URL :http://carioca-carioca.blogspot.pt/2009/05/igreja-romanica-de-rio-mau.html>

sábado, 4 de junho de 2016

A Igreja de São Cristóvão de Rio Mau (parte I)


          Uma carta de venda, datada de 953, respeitante a «Vila do Conde e seu Alfoz» [1]  demonstra que a cidade com o nome de vila tem uma origem antiquíssima cuja história e peso é aferível pelos numerosos e antigos monumentos, designadamente a Igreja Matriz, a Igreja da Misericórdia, o Mosteiro e a Igreja de Santa Clara, a Igreja de Azurara, as opulentas casas senhoriais, as Capelas de Nossa Senhora da Guia e da Nossa Senhora do Socorro, entre outros.
          No entanto, o monumento mais antigo de Vila do Conde encontra-se na, agora agregada [2], freguesia de RIO MAU que, originariamente, não pertencia a este concelho apesar da sua relevância estratégica e local, sobretudo em termos paroquiais e fiscais o que, aliás, motivou uma acesa disputa entre os concelhos de Barcelos, Póvoa de Varzim e Vila do Conde que apenas cessou no ano de 1853. Tal se deveu a uma povoação resistente e dinâmica da qual não se conhecem, em rigor, as origens, sabendo-se apenas que a Igreja de São Cristóvão de Rio Mau é a expressão, secular, de uma remota povoação cuja principal atividade económica esteve, durante séculos, ligada à agricultura. Não obstante, foi capaz de avassalar fontes de riqueza que ditaram a construção de uma Igreja que se integra em plena zona de expansão do românico do Alto Minho, constituindo, mesmo, «o melhor exemplo desse vocabulário regional em terras a Sul do rio Lima» [3] pelo que se depreende a importância e peso de uma «paróquia mui antiga registada no "Censual" do século XI com o título "DE SANCTO CHRISTOFORO DE RIBULO MALO». Com efeito, os registos paroquiais atestam e comprovam que «no século XI existia em Rio Mau o Mosteiro de São Cristóvão que o Censual relacionou como Igreja paroquial» [4] pelo que são vários os indícios de um povoado relevante, de forte devoção religiosa, que no século XIX viu «o Arcebispo Freitas Honorato (1884) elevar a sua Paróquia à dignidade de Abadia» [5].   
          


Igreja de São Cristóvão de Rio Mau
 (fachada principal) [6]

Igreja de São Cristóvão de Rio Mau
 (pormenor do portal) [7]


[1] QUEIROZ, Velloso – O Século: Número Comemorativo da Fundação e Restauração de Portugal. Lisboa, Sociedade Nacional de Tipografia, 1944.  
[2] Foi uma freguesia extinta (agregada) em 2013, no âmbito de uma reforma administrativa nacional, para, em conjunto com Arcos, formar uma nova freguesia denominada União das Freguesias de Rio Mau e Arcos em consequência da Lei 11- A /2013 de 28 de Janeiro.
[3] REAL, Manuel Luís - O Românico português na perspectiva das relações internacionais. [Em linha] [Consult. 21 de Maio 2016] Disponível em www: < URL: http://www.patrimoniocultural.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/70620/>
[4] PÁGINA OFICIAL DO ARCIPRESTADO[Em linha] [Consult. 04 Junho] Disponível em : www< URL : http://arciprestado.no.sapo.pt/Apresentacao.htm>
[5] PÁGINA OFICIAL DO ARCIPRESTADO[Em linha] [Consult. 04 Junho] Disponível em : www< URL : http://arciprestado.no.sapo.pt/Apresentacao.htm>
[6] IGREJA DE SÃO CRISTÓVÃO DE RIO MAU. [Em linha] [Consult. 04 Junho] Disponível em : www< URL : https://www.google.pt/search?q=IGREJA+DE+RIO+MAU&client=firefox-b&tbm=isch&imgil=XcwWDJrx0HwATM%253A%253ByLcjDnI4UvrKeM%253Bhttp%25253A%25252F%25252Fwww.infopedia.pt%25252F%252524igreja-de-s.-cristovao-de-rio-mau>
[7] IGREJA DE SÃO CRISTÓVÃO DE RIO MAU.[Em linha] [Consult. 04 Junho] Disponível em : www< URL : https://www.google.pt/b&tbm=isch&imgil=XcwWDJrx0HwATM%253A%253ByLcjDnI4UvrKeM%253Bhttp%25253A%25252F%25252Fwww.infopedia.pt%25252F%252524-rio-mau>

domingo, 29 de maio de 2016

Padre Domingos Novais

         O padre Domingos Matos Rios Novais nasceu no 8 de Agosto de 1924, na freguesia de Macieira de Rates, do concelho e arciprestado de Barcelos. Cumpriu a sua formação no Seminário Conciliar de Braga e foi ordenado em 1947, no dia 12 de Outubro. Esteve ao serviço de paróquias em Ponte de Lima, Guimarães, Barcelos e, finalmente, em 13 de setembro de 1958 foi-lhe confiada a paróquia de Rio Mau.
          Ambicionava a construção de uma nova igreja para a freguesia e, passados dez anos sobre este feito, um outro objetivo surgiu, que foi a construção de uma capela junto ao lugar do Seixo. Com a ajuda dos paroquianos conseguiu realizar estes dois desejos: a construção da Igreja Nova de Rio Mau e da Capela da Senhora do Alívio.
          Em 2004, por altura do seu octogésimo aniversário, o Papa João Paulo II conferiu-lhe a distinção da Cruz Pro Eclesia et Pontifice. O seu desporto favorito sempre foi a caça e até há poucos anos não abdicava desta atividade.
          Esteve ao serviço da freguesia de Rio Mau até 2014. No próximo dia 5 de junho vai-lhe ser prestada uma homenagem pelos 57 anos de serviço neste freguesia.[1]


 Padre Domingos Novais [2]

[1] PINHO, Manuel Fernandes Soares - Monografia de Rio Mau - Vila do Conde - do passado ao presente. Vila do Conde, União de Freguesias de Rio Mau e Arcos, 2014.
[2] Padre Domingos Matos Rios Novais. [Em linha] [Consult. 29 maio 2016] Disponível em WWW:< URL: https://www.facebook.com/photo.php?fbid=185135138552925&set=rpd.100011693206486&type=3&theater>.


quarta-feira, 18 de maio de 2016

O Brasão

           Os brasões e selos brancos foram criados com o intuito de confirmar e autenticar os documentos que se passam a quem os solicita. São uma forma de identificar e individualizar as freguesias, ilustrando as suas principais caraterísticas.
            A apresentação pública do brasão e da bandeira da freguesia de Rio Mau foi feita no dia 18 de novembro de 2001, na sede da Junta de Freguesia. O brasão está dividido em três partes: a coroa, o escudo e o listel. Na coroa estão representadas três torres; no escudo estão retratados três símbolos desta freguesia: o pórtico principal da igreja românica de Rio Mau (monumento mais antigo de Rio Mau e de todo o concelho de Vila do Conde); duas enxadas cruzadas, que representam os trabalhos agrícolas como principal atividade das gentes desta terra; e a ondulação para simbolizar a água do rio que atravessa a freguesia. O listel é de cor branca com a legenda a negro: RIO MAU – VILA DO CONDE[1].

 

Brasão da freguesia de Rio Mau[2]


[1] PINHO, Manuel Fernandes Soares – Monografia Rio Mau – Vila do Conde – do passado ao presente. Vila do Conde, União de Freguesias de Rio Mau e Arcos, 2014.
[2] Brasão de Rio Mau. [Em linha] [Consult. 10 maio 2016] Disponível em WWW:< URL: https://www.google.pt/search?q=brasao+rio+mau&biw=1518&bih=682&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwjY75mP0-TMAhVJiRoKHSssC5YQ_AUIBigB&dpr=0.9#imgrc=IsSODn3jxOAUyM%3A>.